Costão Rochoso: Peixes

Por apresentar uma diversidade de habitats, o costão rochoso abriga também diversas espécies de peixes. Eles usam as proximidades do costão suas atividades, incluindo refúgio, alimentação, reprodução ou apenas passagem. Muitas espécies apresentam uma grande importância econômica, principalmente para pesca artesanal.

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Costão rochoso são ecossistemas costeiros formados por rochas de diferentes tamanhos. Tais rochas fornecem uma variedade de habitats e assim, diversas espécies encontram nelas um local adequado para sua sobrevivência. Fatores físicos como luminosidade, temperatura, oscilação das marés, ação das ondas e salinidade influenciam diretamente a distribuição vertical das espécies ao longo desse paredão rochoso. Sendo assim, as condições ambientais que atuam sobre o costão rochoso são diferentes de acordo com suas profundidades e, por isso, os animais se diferem a cada profundidade. No Brasil são encontrados principalmente nas regiões Sudeste e Sul e as principais ameaças que sofrem são: a poluição, o pisoteio, a retirada seletiva de organismos e a coleta de peixes ornamentais.

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Tainha - Mugil liza

Esta espécie é encontrada no Oceano Atlântico desde o Mar da Flórida até a Argentina, vivendo em ambientes costeiros e estuarinos. Na época reprodutiva costumam migrar em grandes cardumes, sendo esta migração influenciada por fatores climáticos e oceanográficos. É um peixe ovíparo e seus ovos são colocados em mar aberto, ficando na coluna d`água. Esta espécie se alimenta de matéria orgânica e de algas, podendo chegar a 50 cm de comprimento quando adulto. É um recurso pesqueiro tradicional e comercial no sul e sudeste do Brasil. Considerada sobre-explorada, em 2015 foram feitas diversas medidas para organizar a pesca da tainha por parte do ICMBIO.

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Jaguareçá - Holocentrus adscensionis

Espécie de peixe encontrada nos mares tropicais e subtropicais do Oceano Atlântico. No Brasil, ocorre principalmente no Nordeste e Sudeste. Habita desde ambientes de costões rochosos e recifes costeiros, em águas rasas, até o mar aberto com profundidades de até 180 m. Alimenta-se principalmente de pequenos crustáceos e de algas. Possui grandes olhos avermelhados, dorso vermelho-escuro com reflexos dourados, e pode atingir até 61 cm de comprimento. É um peixe comercial e capaz de produzir som.

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Marimbá - Diplodus argenteus

Espécie que ocorre em todo litoral do Oceano Atlântico americano e no Mar Mediterrâneo. É encontrada em ambientes costeiros turbulentos de águas rasas, junto aos fundos coralíneos, rochosos e/ou arenosos. Alimenta-se de algas, moluscos, crustáceos e outros invertebrados. Seu corpo é ovalado e comprimido, de coloração prateada e mancha escura arredondada chamada ocelo, próximo a cauda, utilizada para confundir os predadores. Pode medir até 37,8 cm de comprimento. É um peixe pouco comercial.

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Maria-mole - Stegastes fuscus

Espécie endêmica do Brasil, ou seja, é encontrada apenas em nossa costa, ocorrendo do estado do Rio Grande do Norte até o limite sul do estado de Santa Catarina. Pertence à família Pomacentridae, cujas espécies são popularmente conhecidas como “donzelas”. Habitam águas rasas e são altamente territorialistas. É uma espécie diurna, que se alimenta de algas, poliquetas, copépodos e esponjas. Pode atingir até 12 cm de comprimento. É um peixe ovíparo que coloca os ovos no substrato; o macho protege e oxigena os ovos.

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Donzela-Bicolor-Brasileira - Stegastes pictus

Encontrada somente em águas marinhas brasileiras, essa espécie vive próximo ao coral-de-fogo (Millepora alcicornis) em recifes e em ambientes de fundo rochoso, em uma profundidade de até 70 metros. Sua alimentação é baseada em algas que ficam associadas ao fundo. Seu tamanho máximo é de 7 cm e é um peixe territorialista. Uma característica interessante é que o macho cuida dos ovos e os areja até o nascimento dos filhotes.

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Frade - Pomacanthus paru

Espécie que vive no Oceano Atlântico e pode ser observada ao longo de toda costa brasileira, próxima a recifes e costões rochosos. Os adultos podem nadar até cerca de 30 m de profundidade. Podem ser territorialistas quando estabelecem uma estação de limpeza, onde comem parasitas de outros peixes. Além desses parasitas, alimentam-se também de esponjas, vermes, algas e pequenos crustáceos. Quando juvenil apresenta listras verticais amarelas e nadadeira pélvica azul. Quando adultos perdem as listras, e sua coloração predominante é o azul-marinho e preto, com escamas laterais amarelas. Podem chegar a um tamanho máximo de 40 cm, e são animais bastante curiosos e geralmente permitem aproximação de mergulhadores.

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Bodião-fogueira - Bodianus pulchellus

É uma espécie encontrada no Oceano Atlântico, desde a Carolina do Sul (E.U.A.) até Santa Catarina (Brasil). Vive em ambiente marinho associada a recifes, em profundidades com intervalo entre 15 e 120 metros. Alimenta-se de invertebrados, crustáceos e bivalves e pode atuar como limpador de parasitas no corpo de peixes maiores. Os indivíduos são quase sempre solitários, mas em algumas ocasiões podem formar pequenos cardumes, e podem medir até 28 cm de comprimento. O juvenil tem o corpo predominantemente amarelo, e quando adulto possui corpo vermelho com a nadadeira caudal amarelada. É uma espécie comercial no mercado de aquários, sendo pouco comercial em outros tipos de pescarias.

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Salema - Anisotremus virginicus

Espécie de peixe que pode ser encontrada em águas tropicais em todo o Oceano Atlântico ocidental. Vive em fundos coralinos e/ou rochosos, normalmente solitário. Apesar de ser um peixe onívoro, os juvenis costumam se alimentar de pequenos parasitas encontrados em peixes maiores, e os adultos de pequenos crustáceos, moluscos e anelídeos. Essa espécie pode chegar a 40 cm de comprimento. No período de acasalamento podem formar grandes agregações. Possui coloração amarelada com faixas brancas ao longo do corpo.

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Sargo-de-beiço - Anisotremus surinamensis

Espécie encontrada no oceano Atlântico desde a Flórida, nos Estados Unidos, até a região nordeste do Brasil. É uma espécie marinha que vive associada a recifes de coral, em profundidades de até 20 m. Alimenta-se de crustáceos, moluscos, pequenos peixes e ouriço-de-espinho (Diadema). Alcança até 76 cm de comprimento, podendo pesar até 5,8 kg (maior já registrado). É uma espécie comercial, tanto para consumo de sua carne quanto para o aquarismo.

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Corcoroca-legítima - Haemulopsis corvinaeformis

Espécie que é encontrada no Oceano Atlântico, do Caribe até o Brasil. Em ambiente marinho, de água doce e em estuários, vivendo em variados tipos de fundo, como arenoso, coralíneo e rochoso. Em profundidades com intervalo entre 26 a 50 m. Também é muito encontrada em mangues, canais, costões rochosos e parcéis, que são conhecidas como áreas de mar raso. Se alimenta de crustáceos, moluscos, poliquetas e pequenos peixes. Os indivíduos podem chegar a um tamanho máximo de 25 cm e pesar até 21 kg. É uma espécie de interesse comercial em mercado de aquários, sendo de pouco interesse para outros tipos de pescaria.

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Corcoroca - Haemulon aurolineatum

É uma espécie encontrada no oeste do Oceano Atlântico, desde Massachusetts, nos Estados Unidos, até o nordeste do Brasil. Vive em ambiente marinho associado a recifes de coral, em profundidades de até 30 m. Alimenta-se de pequenos crustáceos, moluscos, outros invertebrados bentônicos, plâncton e algas. Os indivíduos formam cardumes, podem chegar até 25 cm de comprimento e pesar até 85,6 g. Há relatos de envenenamento por ciguatera ao comer esse animal, que pode bioacumular substâncias tóxicas para o ser humano. É uma espécie comercial no mercado de aquários e para iscas, sendo pouco comercial em outros tipos de pesca.

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Sargentinho - Abudefduf saxatilis

Espécie de peixe característica de águas tropicais e subtropicais de todo o Atlântico, com ocorrência em todo o litoral brasileiro. Vive em regiões costeiras de águas rasas, principalmente em recifes de coral e costões rochosos. Alimenta-se de crustáceos, pequenos peixes, invertebrados e algas. Seu corpo possui listras verticais brancas ou amareladas e pretas, e pode atingir até 20 cm de comprimento. É uma espécie comercial no mercado de aquários, sendo pouco comercial para outros tipos de pescaria

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Baiacu-pinima - Sphoeroides spengleri

Espécie encontrada no Oceano Atlântico, desde os Estados Unidos até o Brasil. É um peixe marinho que também pode viver em águas salobras e geralmente vive associado aos recifes. Alimenta-se de moluscos, crustáceos e equinodermos, e pode chegar a 30 cm de comprimento. Diversos baiacus possuem toxina, acredita-se que esta espécie seja uma das mais tóxicas encontrada no Oceano Atlântico, portanto não é comercializada para consumo humano.

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Corcoroca-boca-larga - Haemulon steindachneri

Espécie encontrada no Oceano Atlântico, desde o Panamá até Santa Catarina (Brasil), e no Oceano Pacífico, desde o méxico até o Peru. Vive em ambiente marinho associado a recifes, em profundidades com intervalo entre 0 e 50 m. Pode ser encontrado em variados tipos de fundo, como arenoso, coralíneo e rochoso. Também é muito encontrada em mangues, canais, costões rochosos e parcéis, que são conhecidas como áreas de mar raso. Alimenta-se de invertebrados bentônicos (que vivem pelo sedimento marinho). Os indivíduos podem chegar a um tamanho máximo de 30 cm e pesar até 30 kg. É uma espécie comercial no mercado de aquários e pode ser usada também para iscas, sendo pouco utilizada para outras finalidades.

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Corcoroca grunt - Haemulon plumierii

Vive no Atlântico Ocidental, em recifes de coral, em profundidade de até 40 metros. Podem chegar a 53 cm de comprimento. Se alimentam de moluscos, crustáceos e peixes. Quando juvenis saem de noite procurando alimento no fundo arenoso de regiões com gramas marinhas e voltam aos recifes durante o dia para se proteger. Indivíduos adultos quando estão em cardume, descansam mais e comem menos. Para achar seu alimento, os adultos enterram a boca no substrato (areia) à procura de seu alimento e vão soltando o substrato aos poucos pelo opérculo (estrutura na lateral da cabeça que protege as brânquias). Por serem territorialistas, podemos observar, em alguns momentos, um de frente para o outro abrindo a boca, se desafiando (pode parecer um beijo mas não é).