FONTE DE CONHECIMENTO

Conexões: a biodiversidade em nós

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RESTINGA A faixa de areia serve como local de reprodução e alimentação para alguns seres. As tartarugas marinhas, por exemplo, criam seus ninhos depositando seus ovos por lá. Nesse espaço há maior concentração de sais e umidade trazidos pelo mar. As dunas se movimentam de acordo com o vento, por isso essas formações ajudam a conter os ventos vindos do oceano. Já a vegetação fornece estrutura para as dunas, essa conexão, quando preservada, funciona como uma barreira natural, que impede o avanço do mar. Poucas espécies vegetais são capazes de se adaptar e desenvolver nesta região, caracterizada por uma vegetação rasteira e espaçada que lembra um tapete. Também é comum encontrar bromélias espinhentas e cactos compondo este cenário. Nesta região o solo é um pouco mais estável, por esse motivo há um aumento na diversidade de espécies vegetais e animais. Durante os períodos de alagamento, o cenário lembra um brejo. Um pouco mais distante do mar, a vegetação atinge tamanhos maiores, em torno de 15 metros de altura. As folhas, galhos e alguns frutos promovem sombra, e ao cair, quando secos, adubam o solo. SECO OU MOLHADO? Na restinga, embora tenha uma característica mais seca, há também ambientes que ocorrem em uma determinada estação do ano. É o caso das poças temporárias, ecossistemas aquáticos de grande importância para o ciclo de vida de muitas espécies. Apesar de sua existência momentânea, abrigam e proporcionam condições ideais para o desenvolvimento de vários animais, inclusive peixes. VOCÊ SABIA? Em Maricá-RJ, existe uma espécie de peixe-anual, Leptolebias citrinipinnis, é endêmica (ou seja, só ocorre nessa região) com distribuição nas poças temporárias entre os municípios de Itaipuaçu e Barra de Maricá. O ciclo de vida desse grupo é bem curto. Os ovos são depositados no fundo e permanecem em desenvolvimento lento durante todo período de seca. O nascimento dos filhotes ocorre com a próxima chuva e então o ciclo recomeça. Os peixes-anuais também são conhecidos como peixes-de-nuvem pela crença de que eles eram formados nas nuvens antes das chuvas.