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Natal nos Polos
Natal nos Polos
A atividade “Natal nos Polos” desenvolvida pelo Setor de Educação Para Conservação do AquaRio reforça o papel da educação ambiental como ferramenta transformadora, especialmente quando aliada a momentos festivos e simbólicos como o Natal. A proposta é celebrar e, ao mesmo tempo, aprender sobre a importância de proteger a vida em todas as partes do planeta — do Ártico à Antártica. Conheça alguns dos animais:
Espécies do tanque
Orca

Orca - A Guardiã Natalina dos Mares
As orcas possuem corpo hidrodinâmico e musculoso, adaptado à vida aquática e à caça rápida. Os machos podem chegar a 8–10 metros e pesar até 6 toneladas, enquanto as fêmeas alcançam cerca de 7 metros e até 4 toneladas. Sua coloração característica apresenta dorso preto, ventre branco, manchas brancas atrás dos olhos e uma mancha cinza em forma de “sela” atrás da barbatana dorsal. As orcas têm a distribuição mais ampla entre todos os mamíferos marinhos, podendo ser encontradas em todos os oceanos do planeta, do Ártico à Antártida, incluindo regiões tropicais. São mais comuns em águas frias e ricas em alimento, como as costas do Canadá e do Alasca, o oceano Antártico, a costa da Noruega, o sul do Chile e Argentina e o arquipélago de Crozet. Pesquisadores identificaram diferentes ecótipos de orcas, com características genéticas, comportamentais e alimentares distintas: as residentes, que vivem próximas à costa e se alimentam principalmente de peixes; as transientes ou “Bigg’s”, que caçam mamíferos marinhos; as offshore, que vivem em mar aberto e se alimentam de peixes e tubarões; e as antárticas, divididas em grupos adaptados ao gelo e às águas frias. As orcas vivem em grupos familiares complexos chamados pods, que podem ter de 2 a mais de 40 indivíduos, organizados sob uma forte hierarquia matriarcal. Sua comunicação envolve cliques para ecolocalização e assobios e chamados para interação social, com cada grupo possuindo dialetos próprios, evidenciando uma forma de cultura. São extremamente inteligentes, capazes de transmitir técnicas de caça entre gerações, aprender novos comportamentos por observação, demonstrar empatia e até realizar rituais de luto. Apesar de amplamente distribuídas, algumas populações estão ameaçadas pela redução das presas naturais, poluição química, ruído submarino, captura para cativeiro e mudanças climáticas. A IUCN classifica a espécie como “Dados insuficientes” devido às grandes variações entre populações, algumas estáveis, outras criticamente ameaçadas. Ecologicamente, as orcas são fundamentais para o equilíbrio dos oceanos e, simbolicamente, são vistas como guardiãs poderosas e espirituais por diversas culturas indígenas do Pacífico Norte.
Urso Polar

Urso Polar - O Protetor Natalino das Neves
O urso-polar é um mamífero solitário que vive nas águas geladas do círculo polar ártico, região que abrange principalmente Dinamarca, Noruega, Rússia, Estados Unidos (Alasca) e Canadá. Ele é a maior espécie de urso que habita ambientes de baixa temperatura e é considerado o maior carnívoro terrestre. Reconhecido por seu tamanho imponente e pela pelagem branca, o urso-polar utiliza sua coloração para se camuflar no gelo durante a caça. Para suportar o frio extremo e manter o controle da temperatura corporal, possui uma camada espessa de gordura e pelos densos. É um excelente nadador, especialmente graças às patas dianteiras largas, que funcionam como “remos”. Trata-se de um animal solitário durante a maior parte da vida, vivendo em grupo apenas no período reprodutivo. Seu habitat preferido é a região onde o gelo encontra a água, o que facilita a caça e o acesso às presas. Sua alimentação é composta principalmente por animais que vivem em águas frias. As focas são suas presas mais frequentes, mas também consomem salmões, aves e outros mamíferos, como golfinhos e filhotes de leões-marinhos. Além disso, podem alimentar-se de baleias mortas que ficam presas em blocos de gelo e são liberadas durante o derretimento na estação mais quente. Os ursos-polares são poligâmicos, embora o macho permaneça próximo durante o período de gestação da fêmea. A reprodução ocorre entre março e junho, sua gestação dura entre 195 e 265 dias, período em que a fêmea aumenta significativamente a ingestão de alimentos, podendo ganhar cerca de 200 kg. Cada gestação pode resultar no nascimento de até dois filhotes, que pesam cerca de 600 gramas e medem entre 30 e 35 centímetros. Após o nascimento, os filhotes permanecem com a mãe na toca até atingirem aproximadamente 15 kg e se tornam independentes entre os dois e três anos de idade. O urso-polar está classificado como vulnerável e corre risco de extinção. O aquecimento global é uma das principais ameaças à espécie, causando o derretimento das geleiras e a perda de seu habitat natural. A extração de petróleo também representa um grande risco, pois libera poluentes que contaminam a água, prejudicam a disponibilidade de alimento e comprometem o sistema imunológico do animal.
Narval

Narval – A Lenda Gelada do Natal
O narval é uma espécie de mamífero marinho nativa do Ártico. Além disso, essa espécie possui músculos de contração lenta especialmente adaptados, juntamente com as vértebras cervicais articuladas e a crista dorsal rasa, para permitir fácil movimentação pelo ambiente ártico, onde o narval passa longos períodos em grandes profundidades. A característica mais marcante dos narvais é um longo dente espiralado. Ambos os sexos possuem um par de presas embutidas na mandíbula superior, porém apenas nos machos perfuram o lábio por volta dos dois anos de idade. O dente cresce ao longo da vida do animal, atingindo comprimentos de 1,5 a 3 m, é oco e pesa cerca de 7kg. Esse canino tem função na defesa e ataque, ajuda na alimentação e na detecção da salinidade da água (órgão sensorial com milhões de terminações nervosas), além de ser usado para atrair parceiras. Os narvais usam o som para navegar e caçar. Eles vocalizam principalmente por meio de cliques e assobios para se comunicar com outros membros do grupo. Estima-se que existam 170.000 narvais vivos, e a espécie está listada como de menor preocupação pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Os narvais vivem nas águas frias do Ártico, especialmente no Canadá, Groenlândia e Rússia. Todo ano, fazem um ciclo de migração. No verão, vão para regiões sem gelo, geralmente áreas rasas como baías, onde passam cerca de dois meses. Quando chega o inverno, eles se deslocam para locais mais profundos, que ficam cobertos por gelo. Eles se alimentam intensamente durante o inverno. Esse movimento se repete todos os anos e, muitas vezes, voltam exatamente para os mesmos lugares. Sua dieta consiste principalmente de bacalhau polar e ártico, choco, camarão e lula. Mergulhando a profundidades de até 2.000m, o narval está entre os cetáceos que mergulham mais fundo. Os animais geralmente viajam em grupos de três a oito indivíduos. A população está ameaçada pelos efeitos das mudanças climáticas, como a redução da cobertura de gelo, e por atividades humanas como poluição e caça. Os narvais são caçados há milhares de anos no norte do Canadá e na Groenlândia por sua carne e marfim, e a caça de subsistência regulamentada continua até hoje. Na Europa, as presas de narval foram muito procuradas durante séculos. Isso deriva da crença medieval de que as presas de narval eram os chifres do lendário unicórnio. Consideradas detentoras de propriedades mágicas, as presas de narval eram usadas para combater envenenamentos e todos os tipos de doenças, como sarampo e rubéola.
Baleia Jubarte

Baleias Jubarte - O Coral Gelado do Natal
As baleias-jubarte podem atingir até 16 metros de comprimento e pesar cerca de 40 toneladas. São facilmente reconhecíveis pelo corpo quase negro, nadadeira dorsal característica, grandes nadadeiras peitorais, que podem ter até um terço do comprimento do corpo e são geralmente brancas, e pela cauda, cuja face inferior apresenta padrões únicos em preto e branco, permitindo a identificação individual de cada animal. Pertencentes ao grupo dos misticetos, ou “baleias de barbatana”, as jubartes não possuem dentes, mas sim barbatanas filtradoras em ambos os lados da boca. Essas barbatanas funcionam como uma espécie de “pente”, permitindo que capturem plâncton e pequenos crustáceos, como o krill, muito abundante nas águas da Antártica. Elas também auxiliam na captura de pequenos peixes de cardume, como sardinhas. Ao abrir a boca e expandir as pregas ventrais, a jubarte engole grandes volumes de água, que são depois filtrados pelas barbatanas, retendo apenas o alimento. Uma baleia-jubarte adulta pode viver em média 60 anos, medir até 16 metros, equivalente ao tamanho de um ônibus mais um carro juntos, e pesar cerca de 40 toneladas, o equivalente a oito elefantes africanos. Os filhotes nascem com cerca de 4 metros de comprimento e pesam, em média, uma tonelada. Essas baleias são cosmopolitas, presentes em todos os oceanos, e realizam migrações anuais para cumprir dois ciclos essenciais: alimentação e reprodução. No verão, migram para as águas próximas às Ilhas Sandwich e Geórgia do Sul, na Antártica, onde se alimentam de krill e pequenos peixes. No outono, iniciam uma impressionante viagem de cerca de 4 mil km de volta ao Brasil. Aqui, concentram-se principalmente no Banco dos Abrolhos, entre Espírito Santo e Bahia, permanecendo aproximadamente sete meses, período que envolve acasalamento, gestação, nascimento dos filhotes e amamentação. Durante esse período, as baleias adultas não se alimentam, enquanto os filhotes consomem cerca de 100 litros de leite materno diariamente, rico em gordura, que sustenta seu rápido crescimento. A gestação dura aproximadamente 11 meses, e os recém-nascidos pesam em torno de uma tonelada e medem cerca de 4 metros. O período de amamentação dura até um ano, durante o qual os filhotes consomem diariamente grandes volumes de leite, garantindo seu desenvolvimento. Após a estadia nas águas quentes do sudeste e nordeste brasileiro, as jubartes retornam à Antártica para reiniciar o ciclo de alimentação. As jubartes também são conhecidas por suas “canções”. Os machos emitem sons de diferentes frequências e amplitudes para se comunicar, atrair fêmeas e demonstrar força, comportamento observado principalmente nas águas rasas do litoral brasileiro. Cada baleia é identificada pelo padrão de pigmentação único da nadadeira caudal, funcionando como uma “impressão digital” individual. A cauda pode atingir 5,5 metros de largura, com bordas serrilhadas e pontiagudas. Fotografar a parte ventral da cauda é essencial para comparações com registros de banco de dados de projetos de monitoramento. Historicamente, as jubartes quase foram extintas devido à caça indiscriminada, intensificada no século XIX com a chegada de navios a vapor e canhões-arpão. No Atlântico Sul, a população chegou a apenas algumas centenas de indivíduos, até que a caça comercial foi proibida em 1968. Hoje, graças à recuperação significativa de suas populações, a baleia-jubarte é classificada como “Menor Preocupação” (LC) pela Lista Vermelha da IUCN.
Pinguim Imperador

Pinguim Imperador - O Embaixador Natalino do Gelo
O pinguim-imperador é a maior espécie de pinguim da natureza. Vivem exclusivamente na Antártica, passando a maior parte do tempo em plataformas geladas e enfrentando ventos congelantes que podem chegar a -60°C. Eles habitam regiões onde o gelo encontra a água, o que facilita a caça e o acesso às presas. Sua alimentação é composta principalmente por peixes, mas krill e cefalópodes também podem ser componentes importantes de sua dieta, distribuindo-se de forma circumpolar no continente antártico. Anatomicamente, os pinguins-imperador são aves marinhas que não voam e são os maiores de sua espécie, alcançando entre 112 e 115 centímetros de altura e pesando de 22 a 40 quilos. Os machos são ligeiramente maiores que as fêmeas, mas ambos apresentam plumagem semelhante: cabeça preta, barriga branca, peito amarelo-claro e manchas amarelas brilhantes nas orelhas. Ao nascer, os filhotes não têm penas, apenas uma pelagem cinza, e pesam cerca de 315 gramas. O ciclo de vida desses animais inclui cuidados parentais compartilhados, mas com uma característica única: os machos incubam os ovos. A reprodução ocorre entre março e junho, e a fêmea põe um único ovo entre maio e junho, após chegar à colônia entre março e abril. O período de incubação dura entre 33 e 62 dias, durante o qual o macho permanece em pé com o ovo na bolsa abdominal, enquanto a fêmea vai ao mar se alimentar. Durante esse tempo, os machos ficam em jejum e podem perder até metade do peso corporal. Quando os filhotes nascem, entre o final de julho e início de agosto, as fêmeas retornam para aliviar os machos, permitindo que ambos se revezem na busca por alimento e nos cuidados com os filhotes. Os pinguins-imperador são predadores e também presas importantes na cadeia alimentar da Antártica. No entanto, enfrentam ameaças significativas, sendo a maior delas a mudança climática, que provoca o derretimento do gelo marinho. Isso reduz o habitat de reprodução e alimentação e pode afetar drasticamente suas populações. Estudos indicam que, se as taxas atuais de aquecimento continuarem, mais de 80% das colônias de pinguins-imperador podem quase desaparecer até 2100. Outras ameaças incluem perturbações humanas e poluição, sendo sugerido restringir o acesso a colônias pouco visitadas e reclassificar a espécie de “Quase Ameaçada” para “Vulnerável”. Os pinguins-imperador estão adaptados para lidar com a efemeridade do gelo, podendo se deslocar para novas áreas quando necessário. No entanto, mudanças regionais graves no gelo, como no Mar de Bellingshausen, podem reduzir sua capacidade de encontrar locais adequados para reprodução. Pesquisadores destacam a necessidade de proteção imediata dessas aves, considerando que o fracasso na reprodução e a perda de habitat devido ao aquecimento global são riscos concretos para a sobrevivência da espécie.
Raposa do Ártico

Raposa do Ártico - A Vigia Branca do Natal
A Raposa-do-Ártico possui características únicas que a tornam uma sobrevivente eficiente do Ártico, capaz de suportar temperaturas de até -40ºC. Sua pelagem é densa e branca no inverno, garantindo camuflagem total na neve, e muda para tons de marrom ou cinza no verão, combinando com a tundra e as rochas. Possui uma das pelagens mais isolantes do reino animal, com patas densamente peludas que facilitam a locomoção sobre o gelo. Seu corpo compacto, com 50 a 70 cm de comprimento, 2,5 a 9 kg de peso, orelhas arredondadas e membros curtos, minimiza a perda de calor. O olfato é extremamente apurado, permitindo detectar carniça a até 40 km de distância. Essa espécie é um predador oportunista que habita a tundra ártica e as calotas polares da América do Norte, Europa e Ásia. Sua dieta é onívora e variada, composta principalmente por lemingues e ratos-do-campo, mas também inclui aves e ovos marinhos, carniça, insetos, frutos silvestres e, em períodos de escassez, excrementos de outros animais. Quando há abundância de alimento, a raposa-do-ártico esconde parte da caça em tocas ou entre pedras. Para capturar presas sob a neve, usa sua audição aguçada e realiza saltos acrobáticos seguidos de mergulhos precisos. A reprodução da Raposa-do-Ártico envolve comportamento parental complexo e cooperativo. Os adultos são monogâmicos por toda a vida e dividem os cuidados com os filhotes. A maturidade sexual é atingida aos dez meses, com acasalamento ocorrendo entre março e abril, seguido pela preparação das tocas, que são construídas em eskers e podem se estender por até 1.000 m², sendo reutilizadas por várias gerações. As ninhadas são grandes, com média de sete filhotes, podendo chegar a quinze ou mais dependendo da disponibilidade de alimento. A espécie apresenta padrões sazonais de migração, deslocando-se em direção ao mar no outono e início do inverno e retornando no final do inverno, seguindo predadores em busca de carcaças de mamíferos marinhos e renas. O gelo marinho é usado extensivamente como plataforma de forrageamento, exploração e dispersão, com casos documentados de fêmeas percorrendo mais de quatro mil quilômetros em menos de um ano, do arquipélago de Svalbard até o noroeste da Groenlândia. Embora a população global seja estável e classificada como "Menor Preocupação" pela IUCN, o futuro da espécie é incerto. Populações no Ártico Nórdico são consideradas Criticamente Ameaçadas, necessitando de intervenção. O aquecimento global e o consequente derretimento do gelo marinho representam a maior ameaça a longo prazo, afetando a disponibilidade de alimentos e gerando estresse na fauna. A expansão da Raposa-Vermelha para o norte aumenta a competição por recursos e a predação sobre a Raposa-do-Ártico. Outras ameaças incluem caça por peles, doenças e consanguinidade em populações isoladas.
Beluga

Beluga - A Voz Natalina do Ártico
As belugas também são conhecidas como baleia branca e variedade de sons vocais diferentes que reproduzem, o que lhes confere o apelido de “canário do mar”. Elas dependem da sua audição e da ecolocalização para caçar e navegar e possuem boa visão. Quando filhotes apresentam coloração cinza-escuro, clareando a pele à medida que crescem e tornando-se branca quando atingem a maturidade. No lugar da barbatana dorsal, as belugas exibem uma crista dorsal resistente que as possibilita nadar mais facilmente sob os blocos de gelo. Possuem 36 a 40 dentes no total, um bico não pronunciado e o topo da sua cabeça exibe uma protuberância arredondada e flexível que possui a função de modular e focalizar suas vocalizações. Além disso, suas vértebras cervicais não são fundidas,o que possibilita a movimentação da cabeça para os lados e possuem uma camada de gordura espessa que representa 40% do seu corpo e serve para armazenar energia e mantê-las aquecidas no ambiente em que vivem. Na natureza, podem ter uma dieta muito diversificada, variando muito de uma área para outra, se alimentando de polvo, lula, caranguejo, camarão, ameijôas, salmão, eulachon, bacalhau do ártico, arenque, esperlanos e linguados. A maturidade sexual desses animais é entre 6 e 14 anos de idade nas fêmeas e um pouco mais velhos nos machos. As fêmeas podem dar a luz a cada 2 e 3 anos, normalmente durante o verão e em áreas onde a água é mais quente, pois os filhotes não possuem uma camada de gordura mais espessa para protege-los da água fria.O período gestacional é aproximadamente de 15 meses. Quando os filhotes nascem, são amamentados durante um período de 2 anos Para a identificação da idade desses animais, pode-se analisar o dente destes, que à medida que envelhecem, adquirem um grupo de camadas de crescimento, assim como os anéis de crescimento das árvores. São animais que costumam formar grupos para realizar interações sociais, migrações e caçar e podem ser encontrados nas águas cincumpolares árticas e subárticas, ocupando estuários, águas da plataforma e talude continental e bacias oceânicas profundas em condições de águas abertas, gelo solto e gelo compacto. Existem 21 populações distintas de belugas em vida livre, no qual metade dessas populações foram estudadas sistematicamente, no entanto, uma dessas populações foi possivelmente extinta. Nas águas do Alasca, existem 5 populações de baleia beluga : Mar de Beaufort, Baía de Bristol, Enseada de Cook, Mar de Bering Oriental, Mar de Chukchi Oriental. Elas sofrem impactos antrópicos que incluem poluição, degradação do habitat, interações com a pesca e caça para consumo humano, exploração de petróleo e gás, aumento do ruído proveniente de embarcações marítimas, doenças e predação pelas orcas e ursos polares. A caça desses animais é proibida atualmente, no entanto, alguns nativos no alasca ainda caçam esses animais para sua subsistência. A lei de proteção de mamíferos marinhos protege as populações desses animais unindo esforços de conservação e recuperação da população reduzida e ameaçada e realizando o monitoramento das demais populações, incluindo ações tais como proteção de habitats, minimização dos efeitos da perturbação sonora, resposta ao encalhe de belugas, elaborando plano de resposta a desastres, analisando projetos que possam afetar as belugas e seus respectivos habitats, monitoramento de colheita de subsistência e educação ambiental.
Krill

Krill - O Pequeno Tesouro Natalino dos Mares
O krill antártico é uma das maiores entre as 85 espécies conhecidas de krill e é a mais famosa e numerosa do mundo. Krill é o nome coletivo dado a crustáceos da ordem Euphausiacea, do gênero Euphausia, semelhantes a pequenos camarões. Apesar de seu tamanho reduzido, variando de 8 a 60 milímetros, estima-se que a população mundial de krill ultrapasse 700 trilhões de indivíduos. O Euphausia superba da plataforma continental do Mar de Bellingshausen utiliza seus apêndices torácicos como uma espécie de cesta para a alimentação por filtração. O krill atinge cerca de 6 cm de comprimento, vive até cinco anos e, devido à sua habilidade de natação, algumas pessoas o consideram mais parecido com pequenos peixes do que com plâncton à deriva. A maioria mede entre 1 e 2 centímetros, mas os maiores podem chegar a 6 centímetros ou mais. O krill é a principal fonte de alimento para muitos mamíferos marinhos e peixes, incluindo baleias, focas e pinguins. Ele habita densos cardumes, que podem conter mais de 10.000 indivíduos por metro cúbico de água, em todos os oceanos, especialmente nas águas geladas da Antártida. A área total habitada pelo krill antártico pode chegar a 32 milhões de quilômetros quadrados, maior que a África e equivalente a 11% da superfície oceânica da Terra. Sua alimentação é composta principalmente por fitoplâncton, mas ele serve de alimento para centenas de espécies marinhas. O krill antártico sustenta pinguins, focas, baleias e outras espécies; uma foca-caranguejeira pode consumir 11.000 krill por dia, um pinguim-de-adélia até 1.200 e uma baleia-azul cerca de 3,6 milhões. Esses crustáceos ajudam a regular a quantidade de fitoplâncton nos oceanos e contribuem para o equilíbrio dos ecossistemas. A biomassa do Euphausia superba é estimada em 379 milhões de toneladas. O krill desempenha papel importante na mitigação das mudanças climáticas. Ele ingere carbono através do fitoplâncton e, ao excretar e descartar seu exoesqueleto, esse carbono afunda no oceano, sendo parcialmente armazenado. Além disso, o krill é uma fonte de ômega-3 e nutrientes como vitamina A e proteína, sendo usado na suplementação alimentar humana. O consumo moderado é considerado seguro, embora doses excessivas possam afetar a coagulação sanguínea. O krill antártico enfrenta ameaças como o aquecimento global, o derretimento do gelo marinho, a acidificação dos oceanos e a pesca para consumo humano. Desde 1970, sua população nas águas próximas à Península Antártica diminuiu significativamente, o que afeta espécies dependentes, como pinguins-de-adélia e pinguins-de-barbicha. A pesca de krill é regulamentada por organizações internacionais, como a CCAMLR, para garantir sustentabilidade e proteger os ecossistemas marinhos. Alternativas ao krill, como algas marinhas, estão sendo exploradas para reduzir o impacto ambiental. Curiosidades incluem a formação de superenxames que podem ter dezenas de quilômetros de largura e mais de cem metros de profundidade, visíveis até do espaço. O krill também é bioluminescente, produzindo luz possivelmente para comunicação e camuflagem, e realiza migrações verticais diárias, subindo à superfície à noite para se alimentar e descendo durante o dia para se proteger de predadores.




